domingo, 19 de outubro de 2008

28) Os personagens que demoraram a chegar (ou nunca viram) ao Ocidente

E chegamos a 10 meses de blog!!!

O assunto desse post diz respeito a uma coisa que ainda se conserva (ainda com uma intensidade menor) até hoje: Os jogos que demoraram vários anos para que o Ocidente conhecesse (ou, pior, qwue nunca chegaram ao Ocidente). Sim, por quê muitos gamers (eu incluído) têm a certeza de que o Japão é a grande Meca dos Games. É lá onde as coisas realmente acontecem (em se tratando de games)!!! E já é assim (apesar do Ocidente estar recuperando essa vantagem) desde que a Nintendo entrou no mercado (sim, sou Nintendista mesmo, porquê, algum problema???). Sendo assim, por conta das diferentas significativas de mercado entre os Japoneses e os norte-americanos (e é aí que nós, brasileiros, nos incluímos, em se tratando de mercado consumidor), vários jogos estupendos não foram lançados por aqui. No entanto, graças as maravilhas da tecnologia (leia-se: internet + emuladores + patchs de tradução), temos a oportunidade de conhecer essas maravilhas. 

  • Mas por quê essas maravilhas não foram lançadas anteriormente para nós, pobres Ocidentais?

Como foi dito anteriromente, há inúmeras particulariedades e características intrínsecas aos gamers orientais e ocidentais. Para observar isso, veja jogos como The Elder Scrools e Final Fantasy. Ambos pertencem a um mesmo gênero (RPG), mas possuem características totalmente diferentes, que são essencialmente aliadas as características do mercado de games Ocidental (o primeiro) e Oriental (o segundo). Tudo bem que, nesse caso, o mercado Ocidental já absorveu muito bem o estilo Japonês de se fazer um RPG (chamado de JRPG), mas há 20 anos atrás, a coisa não era bem assim. Especialmente na era SNES, inúmeros RPG's Orientais sequer foram lançados por aqui.

Outra característica bastante intrínseca aos jogos Orientais e Ocidentais diz respeito a temática dos seus jogos. Os jogos Ocidentais, em sua maioria, lidam com a morte de forma muito mais realista (especialmente nos jogos de tiro em primeira pessoa, com zilhões de polígonos extremamente realistas reproduzindo snague, braços, e outrosmenbros sendo desmenbrados de um corpo. Entretanto, há um aspecto que os Ocidentais (e aqui me refiro especialmente aos norte-americanos) ainda não conseguiram se adaptar: o modo como a religião, o politeísmo e as entidades superiores é abordada nos games. Nesse quesito, os Orientais são muito mais habilidosos e não vêem restrições, ao contrário dos norte-americanos (basta lembrar que vários nomes de magias na série Final Fantasy como Death, ou ainda inimigos como Deathgaze, tiveram os seus nomes alterados, em virtude as suas referências a morte). 

Há ainda a questão da recepção diferente aos gamers ocidentais e orientais em relação a jogos mais "realistas" ou "fantasiosos". Os gamers orientais aceitam com muito mais naturalidade jogos com temática gráfica e artística mais coloridos, como por exemplo Zelda: The Wind Maker ou Okami, ao passo que, para o mercado Ocidental, jogos com essa direção de arte são vistos por muitos como jogos mais "infantis".

Todos esses (e mais inúmeros) aspectos determinaram a não-localização de vários jogos Orientais para o mercado Ocidental.

  • Quer dizer que só poderei jogar essas maravilhas Orientais através de étodos "alternativos", via internet + emuladores?

Calma! Não é bem assim! Essa diferenças de preferências de mercado ainda existem, mas exatamente por conta da famigerada Globalização, juntamente com o crescimento exponencial da indústria de games, isso vêm diminuindo ao longo dos anos. Com isso, as produtoras de games, sabendo dos tesouros contidos no seu passado, vem, aos poucos (principamente nessa década), relançando alguns clássicos outrora restritos aos carinhas de olhinhos puxados para o mercado Ocidental, inclusive alguns com um tratamento gráfico adequado aos novos consoles, além de extras bastante convidativos. Isso, aparentemente, é uma tendência, haja vista que muitos gamers mais novos desconhecem essas maravilhas da época dos 8 e 16 bits. Com isso, através de uma franquia já estabelecida, com investimentos menores (já que, apesar do tapa gráfico que alguns jogos possam ter, a sua essência, jogabilidade, sistema de jogo, entre outros aspectos, já estão estabelecidos), as empresas podem lançar "novos produtos", estabelecendo novos fãs e ávidos consumidores de franquias até certo ponto "esquecidas pelo passado".

Entretanto, alguns jogos ainda permanecem apenas no imaginário dos jogadores desse lado do globo (a não ser que você seja um exímio entendedor dos kanjis e ideogramas japoneses). Mas até mesmo esses vêm recebendo um apoio e tratamento de criativos e dedicados fãs, que se dispõem a produzir patches de tradução para a língua de Shakespeare, permitindo que mais jogadores conheçam essas obras.

Bom, mas chega de papo furado. Vamos a alguns jogos restritos ainda ao mercado japonês que tive a felicidade de conhecer.

OBS.: Caso vocês, leitores desse humilde blog, repararem na predominância absoluta de jogos para consoles da Big N nesse post, não se irrite. O meu conhecimento gamístico (assim como o meu interesse por essa maravilhosa mídia e suas nuances) se deve aos video-games dessa empresa, que acompanho desde a era 8-bits. Sendo assim, se você sabe de algum jogo lançado para outro console que mereça ser lembrado nesse post, pode citá-lo nos comentários. Eu terei o prazer de postá-lo aqui.

Vamos a eles:


1) Famicom Wars - Muitos começaram a se tornar estrategistas de guerra e comandantes de numerosos exércitos contemporâneos a partir do jogo lançado para GBA em 2001 (curiosamente, no mesmo dia do tentado de 11 de setembro) . Entretanto, a série (que depois dessa reestréia, teve mais um episódio para GBA e dois para DS) da grande Inteligent Systems começou ainda na década de 80 , com Famicom Wars Estão lá todos os atrativos que fizeram essa série ser conhecida: gerenciamento de unidades, estratégia militar, dificuldade bastante pronunciada, dominação de bases inimigas, etc. E tudo isso foi propriedade apenas dos japoneses durante mais de 10 anos. Ainda bem, pois, se não fosse pelo jogos de GBA, não teria mais de 50 horas no capítulo "Days of Ruin", do DS.


2) Final Fantasy V - Acho que já é conhecido por boa parte dos gamers a pequena confusão feita para Squarenorte-americana ao lançar o FF IV como FF II e o FF VI como FF III (se você não entendeu nada, pesquise na internet!!!). Com essa confusão, os FF II, III e V ficaram perdidos no tempo, até a Square assumir a cagada e retomar a numeração romana certa com o lançamento do FF VII para Playstation. Esse erro foi corrigido anos depois, com o relançamento dos FF restantes para GBA (FF I & II - Dawn of Souls e FF V Advance) e DS (FF III). Sendo assim, para representar essa série até esse milênio "perdida" para os Ocidentais, coloquei aqui o quinto capítulo da série, considerado por muitos o mais difícil, além de ter o inovador (para a época) sistema de jobs (utilizado posteriormente em Final Fantasy Tactics).


3) Tales of Phantasia - Outro RPG (será que os Japas achavam que os gringos nao gostavam de RPG's??). E dos bons. Produzido pela Namco, a série "Tales of..." tem como características principais os gráficos acachapantes e o sistema de batalha bastante dinâmico (quase como um jogo de beat'em up). O primeiro da série (cujos Ocidentais só vieram a conhecer a partir do remake feito para GBA) tinha o enorme atrativo de ser o primeiro cartucho de SNES com 48 megabit de memória. Sem falar nas vozes digitalizadas para os personagens principais, o que era inédito na época. muitos chegam a achar a série Tales melhor que FF.


4) Fire Emblem - Outra jóia rara da maravilhosa Inteligent Systems (acabei me tornando fã deles). Apesar de, a princípio, ser também um jogo de estratégia (assim como a série Famicom Wars), há vários aspectos que a diferem da série de guerra. Para começar, aqui o foco é a era medieval, com guerrreiros, arqueiros, magos, monges e outros personagens da Idade Média. Além disso, há uam míriade de personagens jogáveis em Fire Emblem, que, tal qual os RPG's, avançam de nível (e que, uma vez derrotados, não voltam mais). Como manda a tradição da Inteligent Systems, é um jogo difícil, mas extremamente viciante (mais de 12 horas na versão de GBA e contando...)


5) Radiant Silvergun - Quem disse que só vou falar de jogos para consoles da Nintendo??? Temos também esse outro tesouro (trocadilho infame...) da Treasure, o predecessor do, também lançado apenas no Japão, Ikaruga. Aqui o lance é exatamente o opsto do seu irmão mais novo: o que vale são os milhares de tiros na tela, e a enorme variedade de armas disponíveis para a sua nave (sete, cada uma podendo ganhar vários níveis). Jogos da Treasure sempre tiveram um atestado de qualidade, e esse não e diferente.

Bom, isso é tudo, pessoal. Claro que temos inúmeros outros jogos para citar por aqui, só que o post ficaria extenso demais. E caso você saiba de algum jogo que seja imprescindível de ser lembrado, descreva-o aqui nos comentários. Aqui a sua opinião também é importante (frase feita rules!!!)

Até a próxima e bons games a todos!!!