domingo, 15 de junho de 2008

18) No ano do lançamento do Dreamcast, a Namco concebe a obra-prima dos jogos de luta.

E chegamos ao sexto mês de blog!! Quem diria, hein?

Mais uma vez não consegui cumprir o prazo de um post semanal. Mas, desta vez, foi por um motivo muito mais nobre: Consegui, finalmente, um Dreamcast!!! Sim, aquele mesmo, o último console da SEGA, muito a frente do seu tempo na época do lançamento, e que, mesmo assim, não conseguiu emplacar. O curioso é que por todo o seu potencial ele acabou adquirindo um público fiel, mesmo depois de descontinuado. No meu caso, é um caso de "amor antigo": desde que eu joguei nele, pela primeira vez (o jogo era exatamente o mesmo desse post), falei para mim mesmo: tenho que ter esse videogame!! Bom, na época era impossível, mas agora finamente consegui. E, mesmo depois de quase 10 anos após o seu lançamento, digo o seguinte: se não fossem todos os problemas que envolveram a SEGA durante o seu tempo de vida (maiores detalhes aqui mesmo no blog nesse post), com certeza o Dreamcast estaria disputando a preferência dos gamers com o (até então imortal) Playstation 2. E um dos motivos dessa afirmação é o jogo que será comentado hoje. Com vocês, a obra-prima dos jogos de luta:



1) Nome do Jogo - Soul Calibur

2) Plataforma - Dreamcast

3) Datas de lançamento - Japão - 5 de agosto de 1999
EUA - 9 de setembro de 1999
Europa - 1º de dezembro de 1999

4) Produtora - Namco

5) Distribuidora - Namco

6) Gênero - Luta

7) História (versão reduzida) - O jogo continua a história contada pelo seu antecessor, Soul Edge (lançado para Arcades e PSOne), narrando as desventuras de Siegrified logo depois de se apoderar da Soul Edge (que estava com Cervantes no jogo anterior), se transformando, assim, em Nightmare.

8) Impressões Pessoais - Como sempre, o lançamento de um novo videogame é cercado de expectativas, de rumores, de constatações, de supresas, etc. Além de todos esses requesitos, uma coisa fundamental para que um console seja um sucesso imediato logo nos seus primeiros meses são os primeiros lançamentos. A Nintendo sabe fazer isso como ninguém (notem que sempre temos pelo menos um jogo da famosa "tríade de ouro" - Zelda, Metroid ou Mario - sendo lançado junto com um novo console da empresa). Há nove anos atrás, a SEGA, com o seu Dreamcast (talvez um dos videogames antigos mais amados atualmente), na cabalística data de lançamento nos EUA (9/9/99), através da Namco, repete esse feito.

Soul Calibur teve o seu debut um ano antes, nos Arcades (ou fliperamas, se preferir). Fez um estrondoso sucesso e deixou todos maravilhados com os seus gráficos extremamente reais (fruto da placa System 23, desenvolvida pela própria Namco). Desde o advento dos gráficos 3D nos jogos, a Namco primou especialmente pelas ótimas conversões de seus arcades (Soul Edge, Ridge Racer e Tekken comprovam isso). Entretanto, em todas as suas conversões domésticas, sempre precisavam fazer concessões (principalmente no quesito gráficos), já que os hardwares domésticos da época (a saber, PSOne e Sega Saturn) não tinahm o poderio das placas gráficas da Namco utilizadas nos Acades. Para compensar isso, eram colocados nos jogoas vários conteúdos extras, o que, de certa forma, servia como compensação. Entretanto, quando "Soul Calibur" estreou, muitos ficaram apreensivos, pois o nível gráfico do Arcade era simplesmente incomparável (e eu atestei isso pessoalmente nos idos de 2000, quando joguei num fliperama com esse jogo - bons tempos). Assim, surgia a pergunta: Será que algum videogame doméstico conseguiria alcançar aquela qualidade gráfica? Pois, em 9/9/99, tivemos a resposta: não só foi alcançado, como a quantidade de "conteúdo extra" contida no jogo era monstruosa. Nascia não só a grande OP dos jogos de luta, mas também tínhamos uma nova constatação: a partir de agora, qualquer nova conversão de um Arcade para consoles domésticos teria como padrão "Soul Calibur" para Dreamcast.

Como dito anteriormente, "Soul Calibur" parte exatamente de onde o seu antecessor parou. E se o primeiro título já tinha uma das histórias mais complexas e memoráveis da história dos games (e estamos falando de um jogo de luta, onde a história normalmente é relegada a segundo plano), o seu sucessor tratou de expandí-la a níveis estrondosos. A história desse jogo daria um livro, de tão complexa, instigante e, principalmente, maravilhosamente elaborada. Seria impossível reproduzí-la aqui (acreditem, os meus posts quilométricos não preencheriam nem o primeiro capítulo... :D ), mas, para se ter idéia, simplesmente TODOS os personagens (sejam eles regressos do primeiro jogo, novos ou secretos) possuem sua própria história (e todas elas muito bem feitas também), com vários personagens do jogo interligados entre si, numa trama memorável em busca da destruição da Soul Edge, agora nas mãos de Siegrified (gerando assim a sua persona maligna, Nightmare). Cada personagem era uma peça importante na engrenagem que era a complexa história do jogo.

Mas, além da história digna de um filme épico (que o Uwe Boll não leia isso...), o que causou maior espanto entre os jogadores na época foram os gráficos. Como dito anteriormente, não se imaginava que, um dia, os ocnsoles chegariam a perfeição gráfica encontrada nos Arcades. Uma conversão sempre resultava em perda de detalhes, uma vez que os videogames, até então, não tinham placas tão robustas quanto os fliperamas (exceção feita apenas ao Neo-Geo, mas isso era uma outra história). Então, quando "Soul Calibur" surgiu nos Arcades, muitos com certeza falaram: "É impossível qualquer ocnsole conseguir exibir gráficos tão lindos". Mas o Dreamcast, numa prova cabal de que era um console muito à frente do seu tempo, conseguiu o que era, até então, inimaginável: a conversão PERFEITA de TODOS os detalhes gráficos do Arcade. Era o sonho que qualquer gamer: ter aqueles cenários belíssimos e extremamente reais para a época totalmente transportados para o conforto do lar. E, até hoje, os gráficos impressionam: o rastro deixado pelo movimento rápido das armas dos lutadores, as expressões faciais dos mesmos, a sua movimentação bastante fluída, os cenários belíssimos (que estão entre os mais belos da história dos games), tudo isso com um deslumbre visual inenarrável (e isso porquê estou jogando numa TV antiga de 20''. Imagina numa LCD de 32''?? :D).

Mas ainda temos mais: O sistema de luta é extremamente complexo. Ainda que, á primeira vista, pareça mais uma variação de Tekken, temos um adicional que faz toda a diferença: as armas. Não só em relação ao alcance (o que por sí só já seria uma adição substancial ao jogo), mas também ao poderio delas. Não basta apenas sair dando uma sequência desenfreada de golpes para derrotar o inimigo, é preciso dominar as técnicas de cada personagem, que envolve a distância do inimigo, utilização das mais variadas formas de defesa (seja repelindo ou trazendo o inimigo mais próximo de você, fazendo com que ele "baixe sua guarda") e contra-ataque, prever o ataque do inimigo (até para saber como e quando defender) e, principalmente, estratégia. Talvez esse seja um dos jogos de luta mais técnicos que existam (juntamente com Virtua Fighter). Contribuindo ainda mais para a imersão no jogo, os efeitos sonoros são sublimes. O movimento de cada personagem, o tilintar das armas batendo umas com as outras, as quedas de cada personagem no chão, o efeito do mar sob a ação do vento, tudo isso é emulado sonoramente de maneira perfeita, fazendo com que você se sinta na arena lutando.

Não bastasse a transposição perfeita do Arcade, os extras são igualmente proveitosos. Além dos modos de Time Attack, Survival e Team Attack, temos ainda o Mission Battle, que funciona quase que como um RPG. Nesse modo, você executa várias missões seguindo uma história, sendo que cada uma delas têm uma particularidade (derrotar vários inimigos, aplicar um certo número de golpes, sobreviver durate um certo tempo, entre outros). Uma vez suplantando esses objetivos, você, além de avançar na história, ainda adquire pontos para destravar artworks, estágios, ou ainda outras missões. Isso aumenta ainda mais a longevidade do jogo, além de ser estritamente necessário caso você queira descobrir todos os segredos do jogo.

A recepção ao game não poderia ter sido melhor. Foram vendidas no ano de seu lançamento mais de 1 milhão de cópias do jogo. Inúmerasc pblicações da época deram nota máxima para ele (inclusive a Famitsu, honraria dada a apenas oito games em seus mais de 20 anos de história), além de estar na lista dos 100 maiores jogos da história da IGN (na 43º colocação) e da GameRankings (8º colocação). O jogo ainda é lembrado até hoje como um dos melhores jogos de todos os tempos, além de ser citado por muitos como o melhor jogo do Dreamcast.

A conversão direta dos Arcades para os consoles domésticos pode parecer trivial atualmente, mas, para isso, a tecnologia teve que avançar muito durante, pelo menos, duas décadas. E se, hoje em dia, converter jogos do Arcade para ops consoles domésticos se tornou uma tarefa fácil, foi a adaptação de "Soul Calibur" para Dreamcast que tornou tudo isso possível. Por esse fato, esse jogo merece entrar como parte integrante e importante da história dos games. Mais do que isso, "Soul Calibur" pode ser considerado como uma das referências principais quando se fala em jogos de luta!!

9) Fotos do Jogo -







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