quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

4) O terror nos games não começou com Resident Evil....

E vamos tocando esse barco sem rumo!!!!

Como disse no meu post anterior, apesar de ser Nintendista convicto, valorizo todas as plataformas de games (do passado e do presente), afinal de contas, não teria a menor graça se só existisse apenas uma desenvolvedora de hardware. Sem falar que foi graças a essa competição acirrada e saudável (antes SEGA x Nintendo, hoje Nintendo x Microsoft x Sony) que a indústria dos games chegou a esse nível de excelência e reconhecimento hoje. Bom, sem mais delongas, vamos ao jogo de hoje. Desta vez, abordarei um jogo não tão conhecido, mas igualmente interessante e inovador. Se você pensa que foi Resident Evil o pioneiro em injetar doses cavalares de terror nos consoles dos games, saiba que você está redondamente enganado. Quase dez anos antes, iniciava uma saga que colocava referências clássicas dos filmes de terror que estouraram no final da década de 70/início da década de 80 (especialmente "Sexta-feira 13"). Nesse espaço, comentarei sobre o terceiro e definito capítulo da série. Com vocês:

1) Nome do jogo - Splatterhouse III

2) Plataforma - Sega Genesis/ Mega Drive

3) Datas de Lancamento - EUA - 18 de março de 1993
Japão - 19 de março de 1993

4) Produtora - Namco

5) Distribuidora - Namco

6) Gênero - Horror/Beat'em Up

7) História - Rick, no terceiro e derradeiro episódio da franquia, volta a West Mansion onde terá que salvar a sua esposa (que era namorada no primeiro) e filho com ajuda da máscara que adquire no primeiro jogo.

8) Impressões pessoais -

"Rick, it's time to play again.."

"Time to fulfill our destiny..."

"Dream with me Rick...we'll have fun..."

"We'll have power..."

"We'll have total control..."

Nos últimos anos, os jogos foram cada vez mais ganhando uma temática mais adulta. Com isso, o realismo e a "maturidade" dos jogos foi crescendo abruptamente. Um dos jogos que mais contribuíram para essa mudança de público alvo (e que ajudou a perceber que a prática de jogar não abandona os games depois da infância e adolescência, ela apenas se molda) foi Resident Evil. Com seus gráficos soberbos, atmosfera tenebrosa (quem nunca teve um ataque do coração em algum momento desse jogo???), ele se tornou não só um game clássico, mas um "criador" de um novo gênero. Só que, oito anos antes, a Namco deu os primeiros passos que definiram esse gênero ao lançar Splatterhouse, um jogo para o Turbographx - 16 (também conhecido como PC-Engine, dando início a uma das melhores e (infelizmente) desconhecidadas franquias da história dos videogames.

Tudo começa quando o casal decide ir à West Mansion, para tirar fotos e fazer uma matéria sobre o local, pois ambos eram jornalistas e ouviram boatos de que a mansão fora dominada por algo desconhecido após o dono realizar algumas experiências ciêntificas. Mas quando chegam, deparam-se com criaturas e cenas jamais imaginadas. As bestas que dominaram a mansão, torturavam e matavam a todos que de lá se aproximassem. E estas sequestraram a namorada de nosso protagonista. A máscara uni-se a Rick e o ajuda a salva-la. No primeiro jogo, Rick não consegue salvá - la. Sua namorada acaba sendo dominada por uma espírito maligno que a transforma em uma besta horrenda e Rick, para proteger-se, acaba matando o monstro e, consequentemente, mata também a sua mulher.
Ou seja: logo no primeiro jogo da franquia, temos um enredo que é uma verdadeira história de terror. E isso sem final feliz (prestaram atenção?? Ele teve que MATAR a sua namorada!!!!)!!! Em 1988, não se via tanta ousadia em um jogo de video - game. Infelizmente, por ter sido lançado por um console que fez sucesso apenas na Europa, poucas pessoas conhecem esse jogo.
No segundo jogo da franquia (Splatterhouse 2), em 1991, Rick não aceita o fato de perdê-la e com o apoio da máscara sobrenatural, ele decide retornar à West Mansion e livrar a alma de sua amada, das garras do inferno. E o consegue. Nessa versão, já para o Megadrive, a carnifecina é aumentada em doses cavalares, aproveitando todo o potencial do console (esta era a famosa versão onde ele podia estourar cabeças de monstros com uma barra de ferro). Mas tudo isso era apenas para preparar o terreno para o terceiro capítulo dessa saga...
No terceiro capítulo (Splatterhouse 3), Rick têm que voltar a mansão dos jogos anterioires, desta vez para salvar sua esposa e filho de um verme hospedeiro antes que ele, tal qual o pequeno Alien que sai da barriga de um dos tripulantes do filme do Ridley Scott, acabe "devorando - os" por dentro. Há uma mudança radical de jogabilidade: o jogo deixava de ter o tradicional scroll horizontal e passava a ter um estilo mais parecido com Final Fight e Streets of Rage, com todo um mapa razoávelmente detalhado da Mansão e seus seis andares (cada um representando uma fase) e um "chefe de fase" no final de cada andar da mansão. Para tanto, a Nanco não poupou esforços: fez o Splaterhouse 3 com 16 megas de memória, proporcionando, gráficos e sons muito bons e o que era macabro, acabou por "piorar" mais ainda (no sentido figurado). O que já era sangrento, ficou muito mais. Os inimigos, que já eram bizarros, ficaram muito mais. Os chefes de fase, que já eram nojentos, causaram náuseas no jogador de tão nojentos que ficaram (temos, entre os pratos da iguaria, um mostro que jogava vermes em você, Demônios que se apossavam do seu filho, uma minhoca gigante, entre outros). Tanto "esforço" da Nanco em ambientar o seu mais novo jogo em uma atmosfera digna dos melhores filmes de horror/terror rendeu a ela o selo de "Permitido apenas para jogadores maiores de 13 anos (MA - 13), um dos primerios jogos a ter esse selo (sendo que o primeiro foi o jogo anterior da franquia, "Splatterhouse 2").
Mas o melhor estava por vir. (ATENÇÃO, NESSE MOMENTO TEREMOS UM GRANDE "SPOILER", SE VOCÊ NÃO QUER SABER O FINAL DO JOGO, PULE ESSA PARTE!!!!!!). Após derrotar o que parecia ser o último inimigo, dependendo das suas ações durante o jogo, o final pode diferenciar entre: Salvar sua esposa, Salvar seu filho... ou ambos. E é aonde tudo termina para sempre. A máscara que aparentava ajuda-lo, na verdade estava drenando suas energias humanas, para tornar-se ainda mais poderosa, e assim, dominar a tudo e a todos. Um detalhe que ajuda a perceber o quanto que a máscara o esta dominando, é o fato de Rick poder transformar-se em um mutante neste capítulo da série, perdendo seus traços de um humano normal. Após derrotar o demônio que deu início a toda a bagunça da aventura, Rick enfrenta a máscara. Então a máscara diz a ele que, enquanto o sofrimento humano exista, ela também existirá. Finalmente, a mascará explode e Rick acorda do seu pesadelo...Mas por quanto tempo??? (FIM DO SPOILER).
Esse final mostra o quanto a série se inspirou nos filmes de terror, a fim de fugir da temática "infanto - juvenil" que ainda dominava os jogos da época. Esse passo não foi reconhecido na época, mas serviu para dar os primeiros passos para que o video - game também crescesse na sua temática e se tornasse não apenas uma diversão para crianças, mas um entreterimento também adulto. Portanto, se você quer saber a inspiração do pessoal da Capcom para elaborar "Resident Evil", procure qualquer um dos capítulos dessa "trilogia do terror" inciada em 1988 e você verá que, antes de Jill Valentine e Chris Redfield assustarem os jogadores em 1996, Rick já fazia isso a quase uma década atrás....


9) Curiosidades
  • Todos que jogaram esse jogo costumam dizer que o personagem principal (Rick) é extremamente parecido (para não dizer uma CÓPIA) de Jason Voorhees do filme Sexta-Feira 13. Talvez foi por isso que a própria Namco resolveu mudar alguns detalhes do seu personagem principal nos jogos seguintes. No primeiro jogo da série, Rick usava uma máscara de hóquei. Já em Splatterhouse II, a máscara mudou para um rosto de caveira.
  • No primeiro Splatterhouse, outro personagem também possui uma certa inspiração em um outro personagem de filme de terror. Ele é um dos mestres do jogo, e é uma espécie de monstro que têm uma serra elétrica no lugar de cada uma das mãos, além de usar um saco na cabeça para cobrir o seu rosto (Leaterface - O Massacre da Serra Elétrica);
  • Splatterhouse III recebeu a classificação MA - 13 (permitido apenas para maiores de 13 anos) por sua violência gráfica, sendo um dos primeiros jogos a receber essa classificação;

10) Fotos do jogo











2 comentários:

O Idiota disse...

Cara, esse blog é muito nostálgico.

O fim do meu vício em vídeo-game [e jogos, como um todo] parou no Super Nintendo. Hoje não me interesso por nada desse assunto... o_o

Anyway, o blog é curioso, diferente e saudosista. xD

[]s, Silva!
JeFFs [do CeC]

Eu e meus amigos tem um blog. Visite-nos quando quiser. :)

A.L.A.S. disse...

Fala jeffs!!!!

Valeu pelo ocmentário...A intenção é realmente essa: Um blog totalmente diferente e com esse toque saudosista. Como eu sou um grande estusiasta dos games desde criança (hoje sou um velho de 28 anos..hehehe), foi a junção perfeita...